Rita Queiroz

Dona de uma poesia romântica, Rita Queiroz transita pela literatura e a mitologia. As metáforas da vida em seu desabrochar são matéria de sua poética no seu último livro “O Canto das Borboletas”. Integra o coletivo de escritoras baianas Confraria Poética Feminina, sendo organizadora da antologia de mesmo nome, publicada em 2016. Publica e motiva mulheres escritoras a publicar, possuindo diversos textos inseridos em mídias sociais e coletâneas poéticas.

Na Fligê:

Dia 17, às 15h – Mesa de Conversa “Conceição Evaristo em laços de afetos”

Dia 18, às 11h – Confraria Poética Feminina

Local: Centro Cultural

Sessão de Autógrafos: O Canto da Borboleta (Ed. Penalux, 2018)

A borboleta é bela, no entanto, é também frágil, o tempo de maneira semelhante é como um meio necessário para o desenrolar das ações que futuramente se registrarão como lembranças, esta consciência da passagem de todas as coisas permite a beleza da recordação, lembranças de afetos, das boas experiências; mas; abruptamente com a atividade da memória vêm-se também a percepção da perenidade de todas as coisas, mesmo das coisas amadas.

Este “O Canto Da Borboleta” personifica a associação do imaginário coletivo com a perenidade e a beleza representadas pela figura da borboleta, de modo que, as características temáticas prevalentes nesta obra rondem enfaticamente sobre a passagem do tempo, a fugacidade, e as transformações experimentadas na alma, com o adquirir de experiências e de conhecimentos constantes, que somente se esgotarão no ápice final da morte.

Na poesia “Álbum”, esta alma que se metamorfoseia é imaginada como uma gaveta na qual estão depositadas as fotografias da memória, com as faces de pessoas queridas, com lembranças de risos e de lágrimas, no entanto, quando o eu-lírico se questiona do destino de tamanhas recordações, ele o faz duvidando se estas lembranças escondem-se nas sombras do tempo, ou se estão realmente transmutadas nas demais coisas vivas da natureza, que se renovam ciclicamente para todo o sempre.

As figuras mitológicas como de Afrodite aparecem devido a singularidade da autora de ser íntima as representações, as metáforas e simbolizações, e também, como a temática do amor, é outro viés trazido nas páginas desta obra, a figura desta Deusa grega climatiza o conteúdo apaixonado dos versos da autora.

Em referência a poesia “As Pedras”, da autora, enxerga-se esta personagem central intitulada “Borboleta”, como um ser frágil algumas vezes perdido na selva de pedra, de buzinas e carros, no encontrar de várias pedras do caminho, contudo estes mesmos obstáculos proporcionam uma metamorfose de evolução, trazendo aprendizados.


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