Conceição Evaristo

Cresci rodeada por palavras. Assim se apresenta a escritora homenageada da Fligê. Sua escrita é um testamento vivo de que a palavra resiste e insiste,  narrando profundas reflexões sobre o protagonismo feminino, ancestralidade e  condições de subalternidade. Dentre seus livros publicados, destacam-se “Ponciá Vicêncio” (Ed. Maza), livro de estreia em 2003, e “Olhos D’água”, ganhador do prêmio Jabuti 2015 na categoria Contos e Crônicas.

Na Fligê*:

Dia 16, às 19h – Sessão de Abertura

Dia 17, às 15h – Mesa de Conversa “Conceição Evaristo em laços de afetos”

Local: Centro Cultural

Dia 18, às 16h – Andanças, bate-papo com a escritora

Local: Galeria Arte & Memória (Igatu)

*Conceição Evaristo prestigiará toda a programação da Fligê.

Livros

Ponciá Vicêncio (2003)

A história de “Ponciá Vicêncio” descreve os caminhos, as andanças, as marcas, os sonhos e os desencantos da protagonista. A autora traça a trajetória da personagem da infância à idade adulta, analisando seus afetos e desafetos e seu envolvimento com a família e os amigos. Discute a questão da identidade de Ponciá, centrada na herança identitária do avô e estabelece um diálogo entre o passado e o presente, entre a lembrança e a vivência, entre o real e o imaginado.

Becos da Memória (2006)

“Becos da memória” é um dos mais importantes romances memorialistas da literatura contemporânea brasileira. A autora traduz, a partir de seus muitos personagens, a complexidade humana e os sentimentos profundos dos que enfrentam cotidianamente o desamparo, o preconceito, a fome e a miséria; dos que a cada dia têm a vida por um fio. Sem perder o lirismo e a delicadeza, a autora discute, como poucos, questões profundas da sociedade brasileira.

Poemas da recordação e outros movimentos (2008)

Fazendo uso de variados recursos: uma rica visão poética emotiva e a tematização sentimental, social, familiar e religiosa; com coragem, experiência, estilo bem definido e uso de intertextualidades, são enunciadas pela autora a pobreza, a fome, a dor e “a enganosa-esperança de laçar o tempo”; assim como há espaço para a paixão, o amor e o desejo. Nada, porém, é superficial, gratuito ou excessivo em Poemas da recordação e outros movimentos, que se sustenta em crítica social e no profundo de cada experiência, a partir da produção de um conjunto de poesias fortes e criativas, de belo senso rítmico, cuja leitura desperta emoções, graças à empatia que se estabelece entre os que leem os poemas e a expressividade emotiva e literária de Conceição Evaristo, quando faz despontar os “mundos submersos, que só o silêncio da poesia penetra”.

Insubmissas lágrimas de mulheres (2011)

O elo fundido com técnica literária irrepreensível e grande força de sentimentos apresentado em “Insubmissas lágrimas de mulheres”, se revela um retrato de solidariedade e afeição feminina, por tocar no que é essencial, no que move, no que aproxima e une mulheres e, em espacial, mulheres negras. Os afetos, reflexões e deslocamentos que os contos de Insubmissas lágrimas de mulheres nos causam, são frutos que só a boa literatura, a que salva, pode nos trazer, reafirmando o lugar de destaque ocupado por Conceição Evaristo na literatura brasileira.

Olhos d’água (2014)

Em ‘Olhos d’água’ Conceição Evaristo ajusta o foco de seu interesse na população afro-brasileira abordando, sem meias palavras, a pobreza e a violência urbana que a acometem.

Histórias de leves enganos e parecenças (2016)

Um livro inovador com doze contos e uma novela, nesses tempos de conturbação política, à beira de um inesperado retrocesso das conquistas sociais no Brasil. Dizemos inovador porque, mesmo que se comprove a existência de elementos discursivos recorrentes nos livros anteriores, em Histórias de leves enganos e parecenças, Conceição toma a decisão de percorrer a seara do insólito, do estranho e do imprevisível.


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