População e estudantes de Mucugê contam a vida de Castro Alves

No último dia de Fligê (18), todos já estavam embalados pela atmosfera literária, a história de Castro Alves já havia sido contada de diversas formas. Mas a penúltima apresentação da Feira, arrancou lágrimas do público e até mesmo de alguns atores. A leitura dramática do texto “Castro Alves” de Cleise Mendes, dirigido pelo professor Sérgio Farias, contou com a atuação de estudantes e profissionais de Mucugê, mais alunos da UFBA de Salvador.

O texto caminha pela vida de Castro Alves, desde seu preparo para o vestibular e sua dificuldade com a geometria, até à sua morte. Com uma narrativa cômica, à medida que o texto era lido, se ouvia risadas na plateia. A peça apresenta o Castro Alves lírico, seus devaneios e seu romance com Eugênia Câmara, sua amizade com Fagundes Varela. E aborda questões que são muito pertinentes para os dias atuais. A luta pela liberdade; a resistência, organização e mobilização dos estudantes universitários, dos quais, Castro Alves, era um. E outras questões políticas da época.  

“Castro Alves era um gênio e poder trazer isso com tanta verdade para Mucugê, é muito importante”. Essas foram as palavras da estudante Camila Machado, de 17 anos que atuou como Eugênia Câmara. Ela também afirmou estar honrada pois considera Eugênia uma mulher a frente de seu tempo, apesar de seus egocentrismos. 

Josana Rodrigues ficou encantada com a leitura dramática. Para ela, a Fligê “é um momento importante para a população entender a literatura, e ter acessos à arte e aos livros”.

A peça é resultado de uma oficina que foi ofertada em dois períodos, no mês de julho e agosto, aos estudantes e profissionais da cidade. Segundo o diretor, todos foram incluídos e assumiram um papel. 

Durante as oficinas vários exercícios foram desenvolvidos. “Partimos das ações corporais: atividades físicas, exercícios de alongamento, aquecimento, dilatação corporal, presença cênica, flexibilidade e exercícios vocais. Além de jogos teatrais e improvisação, para que eles pudessem se sentir à vontade em cena”, contou Sérgio Farias. 

Tudo que foi desenvolvido durante as oficinas, culminou num grande espetáculo que compreende um dos objetivos da Fligê. Unir a literatura a outras artes! Apresentando aos jovens e à toda a população, a capacidade pedagógica que a arte possui e a possibilidade de contar histórias de pessoas que foram importantes para o Brasil.  

Texto: Raquel Lemos | Fotos: Thiago Gama


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