Itamar Vieira Junior

 

Indicado ao prêmio Jabuti em 2018 na categoria conto, como o seu livro “Oração do Carrasco”, Itamar foi agraciado com o Prêmio Leya em 2018 pelo seu primeiro romance, “Torto arado”. A crítica destaca no romance a “solidez da construção, o equilíbrio da narrativa e a forma como aborda o universo rural do Brasil, colocando ênfase nas figuras femininas, na sua liberdade e na violência exercida sobre o corpo num contexto dominado pela sociedade patriarcal”. Segundo Itamar, “Torto arado” é um romance de duas irmãs em uma comunidade rural. Seu título foi inspirado nos versos de Tomás António Gonzaga, do poema “Marília de Dirceu”. Itamar se inscreve na nova geração de contistas baianos e, junto com Aleilton Fonseca, estará em uma mesa de conversa.

Lançamento: “Torto arado” (2018)

Um livro comovente que traz a herança dos clássicos. Bibiana e Belonísia são filhas de trabalhadores de uma fazenda no Sertão da Bahia, descendentes de escravos para quem a abolição nunca passou de uma data marcada no calendário. Intrigadas com uma mala misteriosa sob a cama da avó, pagam o atrevimento de lhe pôr a mão com um acidente que mudará para sempre as suas vidas, tornando-as tão dependentes que uma será até a voz da outra. Porém, com o avançar dos anos, a proximidade vai desfazer-se com a perspectiva que cada uma tem sobre o que as rodeia: enquanto Belonísia parece satisfeita com o trabalho na fazenda e os encantos do pai, Zeca Chapéu Grande, entre velas, incensos e ladainhas, Bibiana percebe desde cedo a injustiça da servidão que há três décadas é imposta à família e decide lutar pelo direito à terra e a emancipação dos trabalhadores. Para isso, porém, é obrigada a partir, separando-se da irmã.Numa trama tecida de segredos antigos que têm quase sempre mulheres por protagonistas, e à sombra de desigualdades que se estendem até hoje no Brasil, Torto Arado é um romance polifónico belo e comovente que conta uma história de vida e morte, combate e redenção, de personagens que atravessaram o tempo sem nunca conseguirem sair do anonimato.

Na Fligê:

Mesa de Conversa 3 – Centro Cultural

17/8 – Sábado – 10h30 – GERAÇÕES: ÂMINO DE INVENÇÃO E TRADIÇÃO LITERÁRIA

 

Fligê&TU – Galeria Arte & Memória (Igatu)

17/8 – Sábado – 17h – AFROFUTUROS (IM)POSSÍVEIS

 


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